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1º Campeonato de Dominó em Braille reúne alunos com deficiência visual em Rio Branco

O Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual do Acre (CAP), instituição da Educação Especial da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE), realizou nesta sexta, 11, o 1º Campeonato de Dominó em Braille.

A iniciativa, que reuniu alunos, familiares e professores na sede da instituição, é resultado de uma parceria entre o CAP e a Universidade Federal do Acre (Ufac), por meio de um projeto voltado à acessibilidade e à inovação educacional, e marcou o encerramento de uma semana dedicada à valorização do sistema de leitura e escrita e à promoção de atividades alusivas ao dia 8 de abril, Dia Nacional do Braille.

Campeonato reuniu alunos, familiares e professores do CAP. Foto: Mardilson Gomes/SEE

Para a coordenadora da instituição, Cristina Nogueira, o campeonato representa muito mais do que uma competição lúdica: “Agora, com as peças em braille e com figuras em relevo, o jogo se tornou acessível. Temos a participação dos estudantes, dos familiares e também dos professores, fortalecendo a inclusão e promovendo um momento de lazer com acessibilidade”.

Segundo a coordenadora, o projeto do dominó acessível foi desenvolvido a partir da escuta ativa dos estudantes. O material foi testado, avaliado e aprimorado em conjunto com a comunidade atendida pelo centro. “Os alunos já tinham o hábito de jogar dominó, mas até então não contavam com um modelo adaptado. Essa parceria mostra como a inclusão pode nascer da colaboração”, reforçou.

Professor Sérgio Brasil Júnior foi um dos idealizadores do jogo adaptado. Foto: Mardilson Gomes/SEE

Um dos idealizadores da proposta, professor Sérgio Brasil Júnior, do Centro de Ciências Tecnológicas da Ufac, conta que a ideia surgiu durante um curso de manufatura aditiva no Projeto N.A.V.E Tech Acre, uma inciativa da Ufac e da Samsung Eletrônica da Amazônia LTDA, que visa gerar conhecimento para que o estudante desenvolva habilidades para se tornar empreendedor com utilização de ferramentas tecnológicas.

O professor Sérgio relembra que o desafio era criar um projeto educacional com impressão 3D. “Pensamos em confeccionar um dominó em braille e sabíamos que quem deveria validar o produto eram justamente as pessoas com deficiência visual. Fizemos mais de dez visitas ao CAP para adaptar o projeto com base nas sugestões dos estudantes. O campeonato foi a culminância desse processo. É muito gratificante ver esse produto sendo usado com alegria e servindo ao aprendizado”, relatou.

A aluna Lidiane Mariano participou ativamente da adaptação do jogo. Foto: Mardilson Gomes/SEE

Quem também participou ativamente de todo o processo foi a aluna do CAP, Lidiane Mariano. Ela foi uma das primeiras a testar o dominó adaptado e a compartilhar a experiência com os colegas. “No início, tive dúvidas se conseguiria jogar com o novo modelo. Mas consegui, e ainda ensinei outros colegas. O mais bonito é ver pessoas que nunca jogaram se sentirem incluídas a partir dessa novidade. Isso é inclusão de verdade”, destacou.

Além da proposta pedagógica do dominó, o CAP mantém um trabalho contínuo com três núcleos principais: produção de materiais acessíveis (como livros em braille, áudio e digital), formação de educadores e atendimento educacional especializado, com alfabetização em braille, ensino do soroban, orientação e mobilidade, informática acessível e muito mais.

 

 

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Autor

Paiva Fernando
Editor chefe de vários jornais online O jornalista mais lido na Blasting News Mais de 150 milhões de leitores