Para garantir a promoção e valorização da cultura junina no estado do Acre, o governador Gladson Camelí, assinou nesta segunda-feira, 10, as leis que dispõem sobre o reconhecimento das Quadrilhas Juninas como patrimônio cultural do Estado.
O ato de assinatura da sanção da lei, realizado no Palácio Rio Branco, contou com a presença do autor do projeto, o deputado estadual Pedro Longo, do presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), Minoru Kinpara, da presidente da Liga de Quadrilhas Juninas do Acre (Liquajac), Francilene dos Santos e de representantes de diversos grupos juninos.
“Confesso de coração, que no primeiro Arraial Cultural que nós fizemos, eu fiquei impressionado. Eu não tinha noção da dimensão do que era o movimento junino. E o que mais me deixou impactado foi o olhar no semblante de vocês, em que pude vê a dedicação de cada um, por isso afirmo, o sucesso de vocês é o sucesso do Estado e não do governador. O Estado pode fazer, pode colaborar, mas se não for a dedicação de cada um de vocês, a gente não consegue. Então minha gratidão a todos por esse trabalho impressionante que faz parte da nossa cultura acreana. Presidente Minoru conte comigo e mais uma vez, Pedro, eu quero lhe parabenizar por esse reconhecimento, que eu faço questão de estar presente”, ressaltou Gladson Cameli.
Atualmente, em Rio Branco, há oito quadrilhas juninas organizadas, através da Liga de Quadrilhas Juninas do Acre, criada em 2001 e filiada à Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilhas Juninas (Confebraq). Ao todo, vinte quadrilhas compõe o grupo no estado.
No Acre, a dança de quadrilha vem desde sua ocupação territorial, pelos nordestinos, no final do século XIX e início do século XX. Inserida em suas manifestações populares, envolvem direta e indiretamente milhares de pessoas, seja na dança, na produção e no público.
“A Assembleia Legislativa resolveu fazer uma homenagem para o movimento junino do Acre. São cerca de 20 quadrilhas que atuam em todo o estado e é um movimento que não acontece apenas no período junino. Durante todo o ano existem atividades culturais, atividades de organização, de preparação para os eventos principais que ocorrem no mês de junho e nós queremos fazer um reconhecimento da importância desse movimento para a cultura acreana, por isso que foram propostas e aprovadas com o apoio de todos os deputados, as leis reconhecendo as quadrilhas juninas filhadas à liga das quadrilhas juninas do Acre como patrimônio cultural do estado do Acre”, destacou o deputado.
“Essa é uma homenagem que nós estamos realizando nessa data e uma forma de reconhecimento dessa importância, até porque as quadrilhas estão profundamente enraizadas na nossa cultura popular, tem a ver com os imigrantes que vieram do Nordeste, que trouxeram para nós essa arte e que hoje está sendo feito, então, esse reconhecimento. Não, de todo o estado do Acre. Claro que hoje aqui estarão presentes as de Rio Branco, mas todas as quadrilhas do estado do Acre estão sendo reconhecidas nessa data, inclusive as do interior”, acrescentou Pedro Longo.
“Para nós é de suma importância, porque começa uma valorização do movimento que tem mais de vinte e tantos anos no Acre, que leva muita alegria as comunidades. E é um dos eventos no mês de junho que mais chama as famílias e a população. E esse reconhecimento vem engrandecer o nosso trabalho, que passa a ter uma visibilidade do trabalho cultural enorme que a gente faz, que chega aos municípios todo o estado”, destacou a presidente da Liquajac.
“As quadrilhas de Juninas são um evento cultural de referência já no estado do Acre. E o governo, por meio da FEM, promove anualmente o Arraial Cultural, local onde ocorre o campeonato estadual de quadrilhas, que atrai pessoas de todos os municípios, inclusive pessoas de outros estados. Portanto as quadrilhas, são um movimento cultural forte, de relevância não somente no nosso estado, mas também a nível nacional. Recentemente nós começamos a ganhar muitos prêmios, inclusive em competições nacionais, alcançando as primeiras colocações, ou seja, aquelas quadrilhas que são vencedoras aqui nas etapas municipais, nas etapas estaduais, elas nos representam em competição nacional”, ressaltou Minoru Kinpara.
Com relação a participação do estado para o movimento junino, o presidente da FEM explica: “O governo, durante esses anos, tem apoiado, tem repassado recursos para a Liga de Quadrilhas, para que a gente realize os arraiais. E a própria FEM também, por meio dos editais, de lei como a Lei Paulo Gustavo, como da Lei Política Nacional Aldir Blanc, por meio de editais, tem repassado uns recursos muito significativos para apoiar essa galera. Porque a cultura que nós realizamos aqui, principalmente no nosso estado do arco, é uma cultura, acima de tudo, inclusiva. Cada componente desse de uma quadrilha, que aí a gente percebe, quem conhece, são desde as criancinhas até as pessoas da melhor idade”.
Sobre o papel social que as quadrilhas desenvolvem em diversos bairros da capital e interior do estado Kinpara relata:“Eles passam muitas vezes um mês, dois meses, três meses, às vezes o ano todo ensaiando, ocupando a mente com coisas boas, ocupando a mente com cultura. Então a gente já pressupõe e deduz que é um a menos no mundo do crime, porque a cultura salva vidas, assim como a saúde salva vidas, assim como a educação salva vidas, porque ela coloca os jovens exatamente no caminho do bem, no caminho da cultura. E isso mostra a arte que nós temos no Acre, onde temos excelentes fazedores de cultura. Então esse é um momento de valorização, de reconhecimento da importância das quadrilhas, que demonstra também o respeito, o carinho e a admiração que o nosso governo, tem pelas quadrilhas juninas aqui do nosso estado”, frisou.
Para arrecadar recursos os grupos de quadrilha buscam todas as alternativas possíveis, apoio de amigos, de políticos, leis de incentivos, bingos, rifas, feijoadas, arraiais, de todos que estiverem dispostos a contribuir. A faixa etária das pessoas que compõem os grupos juninos, variam em todas as idades. Aquelas que são muito jovens como as crianças ou de mais idade, também fazem parte do movimento junino, atuando em funções de apoio e diretoria. Durante o dia, os dançarinos ocupam outros papéis, alguns são estudantes de níveis fundamental, médio e/ou superior, outros são comerciantes, funcionários públicos, autônomos, com ou sem formação escolar superior.
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