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Agência Minas Gerais | Copasa apresenta resultados de projeto que transforma lodo das ETEs em fertilizante orgânico 

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) apresentou nesta terça-feira (24/10), em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, os primeiros resultados do projeto Compost Tree “Produção de fertilizante orgânico composto classe B a partir do biossólido gerado nas ETEs”. O objetivo é a produção em escala industrial do fertilizante utilizando o lodo gerado pelas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) da companhia e resíduos da poda urbana de árvores.    

A Copasa estima que a produção de fertilizante a partir do lodo das ETEs possa gerar emprego e renda em todo o estado, contribuir para o aumento da vida útil dos aterros sanitários, reduzir o custo no transporte de lodo das ETEs até os aterros e promover, de forma especial, a neutralização do carbono existente no lodo dos esgotos, fechando seu ciclo e contribuindo, portanto, para a redução da emissão dos gases de efeito estufa associados. 

Representando o presidente da Copasa no evento, o chefe de gabinete da companhia, João Luiz Teixeira Andrade, falou sobre a expectativa com o projeto. “Estou bastante entusiasmado com o processo e que os próximos meses sejam de mais realizações para que possamos alavancar o projeto”, concluiu. 

Projeto

 

Copasa / Divulgação

Iniciado há pouco mais de um ano, o processo de transformação do lodo em fertilizante – compostagem ou compost barn – começa com a colocação de gado sobre um leito de matéria orgânica, com adição de matéria verde e parte lenhosa e fibrosa das podas de árvores. São formadas leiras com o material retirado do curral que, após um determinado período de compostagem, é misturado com o lodo dos esgotos higienizado (biossólido), se transformando em fertilizante orgânico composto classe B. 

O material foi caracterizado por laboratório acreditado e os parâmetros preconizados pelas Instruções Normativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foram atendidos, tanto para os parâmetros microbiológicos quanto para os metais pesados. A próxima fase é aplicar o fertilizante produzido no solo, em diferentes culturas, para verificar o desempenho em relação ao crescimento da planta e o comportamento do solo.

“Hoje é um dia muito especial, de comemoração, em que estamos colhendo o fruto da primeira sementinha, que foi germinada lá atras”, dessa forma Frieda Keifer, engenharia sanitarista da Copasa, iniciou sua participação no evento. Frieda explicou que “o projeto de, inicialmente, 230 toneladas, agora tomou proporção maior e atingiu 7,2 mil toneladas ao longo da nossa pesquisa”, frisou. 

Ubiratan Nogueira, gestor ambiental da Transplantar Tree, ressaltou que o projeto já está gerando emprego, renda e possibilidade de perspectiva financeira. “Isso é sustentabilidade”. Ubiratan fez questão de agradecer a Copasa e todos os que fazem parte do projeto.

Piloto  

O projeto piloto – o primeiro da Copasa para utilização de lodo desidratado de ETE para este fim – foi inspirado na experiência da cidade de Saga, no Japão, trazida pelo corpo técnico da companhia após participação de missão promovida pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica).  

A iniciativa é resultante do acordo de parceria para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) assinado entre a Copasa e a Transplantar Tree e conta com o apoio da Cemig. O projeto se alinha aos compromissos da Copasa com o Marco Legal do Saneamento, a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Agenda ESG e o Pacto Global da ONU. 

 

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